Uma noite sem Freios
- Suzy Vieira
- 9 de abr.
- 4 min de leitura
Como de costume, chego à boate, cumprimento alguns
amigos e vou para o Toilette retocar o batom, como todas as mulheres fazem.
Ao sair um homem lindo vem ao meu encontro e me pergunta, "SUZY???". Eu respondo que sim, ele me abraça, me aperta na cintura e me beija intensamente na boca, eu fiquei passadaaa!!!!! mas confesso que eu gostei, nunca fui abordada assim. Ele disse: "Olha seu celular, te liguei o dia todo, estou tentando falar com você. Entrei no seu site e também vi vários comentários positivos ao seu respeito". Eu me senti o máximo, era um homem muito cheiroso e com pinta de artista.
Ele, sem rodeios, disse: "Vamos para o hotel em que eu estou? Eu aceitei na hora, ele pagou a minha comanda que não tinha nenhum consumo e eu preferi pegar o meu carrinho e segui-lo, apesar de saber onde se localizava o hotel. Era uma noite meio chuvosa e na avenida percebo que o carro estava estranho. Osemáforo fechou, pisei no freio e o carro não parou, nossa quesensação horrível. Vejo os carros descendo e eu não consigo parar.
Num instinto, subo pela contra mão, viro a esquina e, de maneira desesperadora, tento tudo: vejo carros ao lado, vejo árvores.
Freio de mão? Eu não tinha, no meu início eu não via perigo em nada, tento engatar ré, desligo o carro, nem sei o que resolveu, mas consegui parar, nossa!!! Meu coração ficou a mil, além do medo do carro descer desenfreadamente.
Avistei um senhor olhando e pedi ajuda, o homem chamou um outro vizinho e o carro ficou com as rodas viradas e com o apoio de paralelepípedos para não descer.
Meu Deus que susto, foi horrível, parecia coisa de filme de ação.
Paro e penso, estou a pé? E aquele homem lindo? Nossa perdi o Cliente!!! Pego o celular, a bateria acabou, nossa! Nessa hora me bateu mais desespero, percebi que estava sozinha, sem carro, longe de casa e o pior, sem dinheiro, porque eu só fui a Campinas para ir para a Boate. Tinha pouca grana na carteira, eu ainda
estava em uma fase menos favorecida, todo o dinheiro que eu ganhava já tinha destino.
Para piorar, veio a chuva. Eu não conseguia refletir, procurei um abrigo e fiquei parada por alguns minutos. Onde eu ia achar um mecânico naquela hora da noite? O jeito era voltar para a boate, mas eu estava longe, estava a pé e de salto alto. Definitivamente, não era uma noite de sorte, tudo estava dando errado.
Putz! Que foda!!! Eu não poderia ter perdido aquele homem. Por um momento, pensei em fazer ponto na rua, mas eu não queria.
Desolada fui andando debaixo de garoa, alguns motoristas perguntavam se eu queria carona, mas eu não estava com paciência e dizia que não! E andava mais depressa que eu podia, um rapaz de moto parou, perguntando se eu trabalhava na rua porque ele só queria uma chupeta, eu disse que não fazia, mas indiquei um lugar onde ele acharia esse serviço. Enfim, chego e vou perguntar ao manobrista se ele conhece algum mecânico. Quando olho, o homem que eu perdi vem ao meu encontro e me pergunta o que aconteceu. Ele ficou assustado com o caminho que eu fiz, ele achou que, por algum motivo, eu resolvi voltar para a boate, expliquei a ele, bem mais aliviada, e fomos até o meu carro verificar
se estava bem trancado e rumo ao hotel.
Chegando lá, ele me tratou muito bem, entendeu que eu estava assustada, mas que agora era só eu e ele, sem nenhum tipo de perigo. Tomei um banho e coloquei uma camisola longa preta e toda transparente dos lados; ele pediu que eu jantasse, não pude recusar, estava com tanta fome e optei por um misto quente com suco de laranja. Ele pediu para que eu fosse até a porta, quando a campainha tocasse, que eu fosse pegar o lanche vestida daquele jeito, sem calcinha por baixo, só para deixar o rapaz de pau duro. Foi o que eu fiz, tadinho do rapaz. Eu agradeci com carinha de safada... Fechei a porta e rimos muito. Antes de lanchar, não resisti, aquele homem encantador me dava tesão, me atirei na cama com ele e foi um sexo meio selvagem, rolou tudo! Oral com camisinha??? Ele prefere assim, credo! Mas como nada é perfeito, foi do jeito que ele pediu.
Já relaxados, fui lanchar e acabei dormindo com ele no hotel,
já que não teria como ir embora mesmo. No dia seguinte acordo
com ele me cutucando... Ai... que soninho... Dei quase dormindo e de costas, mas tive que levantar, pois lembrei que precisava resolver o problema do carro.
Nos despedimos e ele foi para São Paulo, e eu fui procurar um mecânico. Gastei 5 vezes mais do que recebi, já que eu não era da cidade e também não entendia de carro. Nos reencontramos outras vezes; na segunda vez, alguém do hotel
bateu na porta para diminuir o barulho... Hum... que vergonha.
Nos reencontramos no dia 11/10/2011. Ele vai ser pai de novo, a família está crescendo e ele, financeiramente, já não está mais tão generoso, mas continua lindo, safado e me chamando de Putana.
Quando ele me liga, se identifica assim: "Sou aquele do dia que o seu carro perdeu o freio". Foi tanto perrengue que eu jamais vou esquecer essa noite.
Obs: Estamos em 2025 a onde o perigo aumentou, e as pessoas estão mais raivosas e sem limites, devemos parar de romantizar a Profissão de Garota de Programa hoje mais conhecida como JOB, da a impressão que ser do Job é algo muito prazeroso e que ainda enriquece. Leiam as minhas histórias e veja quanto jogo de cintura, saúde emocional e equilíbrio mental

é necessário ter para retornar pra casa bem, isso porque eu já tinha maturidade e uma família para zelar. Aqui eu mostro o cotidiano de alguém que PRECISA! E QUE GOSTA DO QUE FAZ! mas mostrando que tudo pode acontecer. Aqui é a vida como ela realmente é!
Suzy Vieira
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